Procura-se um culpado
PROCURA-SE UM CULPADO
Quantos já não ouviram de seus pais
a seguinte frase, “quem quebrou este copo ou quem entrou com o calçado sujo?”,
esse processo de buscar um culpado para aquilo que não deu certo é mais antigo
do que pensamos, esse ato iniciou-se com nossos pais no jardim do Éden. Quando
Deus indaga Adão, “Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da arvore que te
ordenei que não comesse?” (Gn 3.11), temos a resposta clássica de Adão, “a mulher que Tu me destes”, Adão encontrou dois culpados para seu erro; sua
esposa e o próprio Deus. Na sequência do diálogo Deus questiona Eva, e esta
mostra que Adão era um ótimo pedagogo, ao reproduzir o que havia acabado de aprender
com seu esposo, apenas mudando os personagens “Foi a serpente” (Gn 3.13); este
processo, também conhecido como culpa migratória, é a ação contínua do homem em
achar um culpado para seus próprios erros e fracasso, eu nunca sou o culpado,
mas sim o outro!
O segundo maior erro de Adão e Eva é
revelado justamente nessa ação, o não reconhecimento da fraqueza e da
desobediência e a tentativa clara em eximir-se do erro ao procurar um culpado. Naquele
jardim, o segundo pecado estava sendo cometido, porem agora na presença visível
de Deus, a rejeição do reconhecimento do erro e do arrependimento pelo
princípio que havia sido quebrado.
O formidável deste enredo, é a ação
de Deus diante deste jogo de culpados que Adão e Eva estavam tentando
implantar, a atitude de Deus é uma, Ele acaba com este jogo doentio e perigoso
do casal, quando sacrifica um animal inocente para cobri-los da vergonha e da
culpa pelo erro revelado (Gn 3.21), naquele fim de tarde a morte daquele animal
apontava para um fim e um começo; o fim da procura por um culpado, mas também o
começo da esperança que futuramente, um “Inocente”, seria oferecido de uma vez
por todas, para cobriro pecado de toda a humanidade e reconciliá-la com seu
Criador!